Muitas pessoas sofrem com o ronco, mas poucas sabem que, na maioria dos casos, um dentista pode ajudar a resolver o problema. As causas do ronco podem estar associadas a sintomas de doenças muito mais graves. Entre elas, a apneia do sono. Em casos extremos, o paciente pode chegar a ter um enfarto do miocárdio ou até um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Muitas vezes, o dentista é o primeiro profissional da saúde a ter contato com o problema. Muitos pacientes dormem na cadeira do consultório e não é porque confiam cegamente no nosso trabalho. Quem sofre de apneia não tem uma boa noite de sono e acaba com sonolência durante o dia. Depois que o dentista identifica os sintomas, o paciente é encaminhado para comprovar a apneia através de exames, como a polissonografia.
A doença é caracterizada por repetidas paradas respiratórias. A pessoa tenta respirar, mas o ar não consegue passar. Com isso, o sistema nervoso envia um alerta que faz a pessoa acordar e retomar a respiração. A falta de oxigênio no sangue pode levar, em casos mais graves, a um enfarto e até a um AVC. Uma pessoa saudável pode ter até cinco paradas respiratórias por hora. Em casos de apneia mais graves, o paciente chega a ter mais de 30 paradas nesse mesmo período.
A apneia do sono pode ter várias causas. Uma delas é o avanço da idade. Com o passar dos anos a musculatura do pescoço fica mais flácida, facilitando a obstrução das vias aéreas. As alterações hormonais da menopausa da mulher também influenciam na doença. Outro problema é o ganho de peso.
O aumento de massa pode causar o estreitamento da região. Além disso, pessoas com a mandíbula pequena tendem a ter mais dificuldades para respirar, justamente porque a língua ocupa mais espaço na boca.
Algumas mudanças de hábito podem melhorar a passagem do ar durante a noite. A recomendação é que as pessoas não durmam com a barriga para cima, pois a gravidade facilita que o queixo se posicione mais para trás, diminuindo o espaço para respirar – principalmente nas pessoas mais idosas. É recomendado também evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de dormir.
Depois de feitos os exames para diagnosticar a apneia e verificar o grau em que ela se encontra, é possível indicar o melhor tratamento para cada tipo de paciente. Em apneias de grau leve a moderado, a solução do problema pode ser um aparelho intrabucal utilizado na hora de dormir.
Ele mantém a mandíbula em posição anteriorizada, não ocorrendo assim a obstrução da passagem de ar. Com o uso correto do dispositivo ocorre redução no índice de apneia e, consequentemente, a oxigenação sanguínea cresce. Também há considerável melhora na qualidade do sono, já que acordará menos durante a noite.
Para casos mais graves são mais indicadas cirurgias para melhorar o padrão da face ou o uso do aparelho CPAP, sigla em inglês que significa “Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas”. Mas mesmo o paciente que não se adaptou ao uso do CPAP ou que não quer fazer nenhum tipo de cirurgia vale a tentativa da utilização com ganhos reais de melhores índices de apneia e consequentemente uma melhor qualidade de vida para o indivíduo e seus familiares.
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